segunda-feira, 27 de julho de 2009

Pandemia do Medo

Gostaria de declarar que o texto seguinte trata de um assunto serio, porem o ponto principal da discução não é exatamente o tema abordado. E sim a maneira como ele é abordado, portanto favor não se ofender.

Não existe, nesse momento, uma pessoa na terra, com acesso a informação, que não saiba sobre a “pandemia de gripe suína”, entretanto, o que muitas pessoas não sabem, ou se negam a compreender, é a taxa de mortalidade da doença: 0,45%, muito próxima a da gripe normal 0,30%.

O controle que as mídias atuais têm sobre a informação vai além da simples seleção da mesma, e a falta de compreensão do público em relação a uma série de eventos chega a ser brutal. Seguindo o exemplo da gripe suína, nota-se claramente que as chances de se morrer da enfermidade são mais baixas do que de acidente de carro na grande São Paulo, ainda assim as pessoas continuam a andar com seus carros, mas passaram a comprar mascaras anti-gripe-do-porco (diga-se de passagem, que servem apenas para impedir que o vírus se propague de uma pessoa para outra, não impedirá, portanto, que uma pessoa contaminada sem máscara, passe o vírus para você, com máscara).

O problema gerado por essa situação é fenomenal. Depois do primeiro espirro do dia, a pessoa busca cegamente auxílio médico no primeiro pronto socorro que consegue achar. Gerando assim uma superlotação, impedindo que as pessoas com hanseníase, por exemplo, sejam atendidas com devida atenção. Em seguida, nosso novo neurótico descobre que apenas espirrou 2 vezes devido a um floco de poeira pairante no ar, mas agora deve se prevenir para evitar a fatal ameaça! Lava as mãos cinqüenta e sete mil trezentas e treze vezes por dia, evita ao máximo aglomerações, e não sai de casa no final de semana, que é exatamente quando todas as pessoas saem, evitando dessa forma se confrontar com um possível número elevado de contaminados.

Prevenir é uma coisa, ser imbecil é outra totalmente diferente. Cuidar-se perante uma situação como essa é totalmente aceitável, mas com certo nível de consciência. Trate uma gripe como gripe, não como Antrax misturado com Ebola.

Deveria ser claro para todos o acesso incrível às informações da atualidade. E esse poder deveria ser bem utilizado. Há métodos de pesquisa brilhantes na internet, e péssimas notícias como capa dos maiores sites do país, saiba você o que absorver.

2 comentários:

  1. Na verdade, eu não tenho os numeros certos, a gripe normal mata mais gente no mundo do que a suína.
    É só lavar a mão depois de ir em lugares publicos e não sair esfregando os olhos e a boca o tempo todo que você fica de boa.
    Alias, isso é algo que se deve fazer independente da existencia da influenza A.

    ResponderExcluir
  2. O problema central é que a mídia e a informação são manipuladas por aqueles que detém o poder.
    Enquanto as necessidades particulares se sobreporem as coletivas o mundo será sempre dominado pelo medo da incerteza e pelo autoritarismo.

    =D
    LEM GAY!

    ResponderExcluir